
O rapper Marlon Brendon Coelho Couto, conhecido como MC Poze do Rodo, foi solto no início da tarde desta terça-feira (2/6), após a Justiça do Rio de Janeiro conceder habeas corpus em seu favor. Ele estava preso desde a última quinta-feira (29/5), investigado por suposta apologia ao crime e envolvimento com o tráfico de drogas, após se apresentar em um baile funk na Cidade de Deus.
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A saída do cantor da unidade prisional, em Bangu, foi marcada por uma festa improvisada que atraiu uma multidão de fãs, amigos e familiares. Entre os presentes estavam sua esposa, Viviane Noronha, e o também rapper MC Oruam, cuja chegada ao local, por volta das 14h, causou um tumulto generalizado. O artista subiu em um dos ônibus parados no trânsito e animou o público, o que levou a uma resposta imediata da Polícia Militar.
Vídeos registrados no momento mostram a intervenção do Batalhão de Choque e da Rondas Especiais e Controle de Multidão (Recom), que utilizaram spray de pimenta e balas de borracha para dispersar os presentes. Em nota, a Secretaria de Estado de Polícia Militar do Rio de Janeiro informou que a ação teve como objetivo garantir a ordem pública, já que centenas de pessoas estavam aglomeradas em frente ao presídio, muitas delas em cima de muros, grades e veículos.
A recepção de Poze do Rodo teve clima de celebração. Em declaração ao vivo na TV Record, o cantor comemorou a liberdade. "Eu não sou bandido não, eu sou artista", disse.
Ele vestia uma camisa branca com a palavra “liberdade” estampada nas costas. Além disso, foi abraçado por Viviane e deixou o local em um carro com teto solar, desfilando pelas ruas de Bangu. A movimentação intensa chegou a parar o trânsito da região e provocou ainda mais aglomeração. Um sósia do artista também foi visto no local.
Nas redes sociais, a soltura do funkeiro dividiu opiniões. Uma live transmitida no momento da libertação chegou a reunir quase 900 mil pessoas ao vivo.
Confira o vídeo:
Entenda o caso
A prisão de Poze foi motivada por vídeos divulgados nas redes sociais, que mostram o cantor se apresentando em um baile funk supostamente frequentado por criminosos armados com fuzis. Durante a apresentação, ele teria entoado trechos que enaltecem a facção Comando Vermelho. Ao ser detido, em um formulário da Secretaria de istração Penitenciária (Seap), o próprio artista teria afirmado ter ligação com o grupo, para evitar ser colocado entre rivais do Terceiro Comando Puro.
No entanto, o desembargador da Primeira Vara Criminal de Jacarepaguá entendeu que a prisão temporária não se sustentava juridicamente. Segundo ele, a medida não era imprescindível para o prosseguimento das investigações.
“O alvo da prisão não deve ser o mais fraco”, diz a decisão. “E sim os comandantes de facção temerosa, abusada e violenta, que corrompe, mata, rouba, pratica o tráfico, além de outros tipos penais em prejuízo das pessoas e da sociedade.”
Apesar da liberdade, o Mc terá de cumprir medidas cautelares. O caso segue em investigação.