Estudos recentes têm destacado a relação entre o comportamento sedentário e a saúde cerebral, especialmente em adultos mais velhos. Pesquisadores de universidades renomadas, como Vanderbilt, Pittsburgh e Seoul National, investigaram como o tempo gasto sentado pode afetar o cérebro, independentemente do nível de atividade física.
A pesquisa sugere que longos períodos de inatividade, como ficar sentado ou deitado, podem estar associados a um risco aumentado de demência, incluindo a doença de Alzheimer. Isso desafia a ideia de que o exercício regular pode compensar os efeitos negativos de um estilo de vida sedentário na saúde cerebral.
Como o comportamento sedentário afeta o cérebro?
O estudo acompanhou 404 voluntários, monitorando seus níveis de atividade com dispositivos vestíveis durante uma semana. Ao longo de sete anos, testes cognitivos e exames cerebrais foram realizados para avaliar a saúde do cérebro dos participantes. Os resultados mostraram que, mesmo entre aqueles que cumpriam as diretrizes de exercício físico, o tempo excessivo sentado estava associado a uma piora na cognição.
Os participantes que avam mais tempo sentados apresentaram sinais de neurodegeneração, como o afinamento do hipocampo, uma área crucial para a memória e uma das primeiras a ser afetada pela doença de Alzheimer. A pesquisa indicou que o tempo sentado pode acelerar o envelhecimento cerebral, sugerindo que reduzir esse tempo pode ser mais eficaz do que apenas aumentar a atividade física.

Qual é a relação entre sedentarismo e risco genético?
Os dados mostraram associações mais fortes entre comportamento sedentário e declínio cognitivo em indivíduos com maior risco genético para Alzheimer. Isso ressalta a importância de reduzir o tempo sentado, especialmente em adultos mais velhos com predisposição genética para a doença.
De acordo com a neurologista Angela Jefferson, do Vanderbilt University Medical Center, é crucial para a saúde cerebral fazer pausas regulares durante o dia para se movimentar, aumentando o tempo ativo. Isso pode ser uma estratégia importante para mitigar os riscos associados ao sedentarismo.
Exercício físico ainda é importante?
Embora o estudo destaque os riscos do comportamento sedentário, não diminui a importância do exercício físico regular. A atividade física continua sendo essencial para a saúde física e mental, ajudando a manter o cérebro afiado. No entanto, a pesquisa sugere que, além de se exercitar, é fundamental reduzir o tempo total sentado para proteger a saúde cerebral.
Essas descobertas contribuem para um crescente corpo de evidências sobre os efeitos do estilo de vida na saúde do cérebro à medida que envelhecemos. Estudos como este são fundamentais para entender como escolhas diárias podem impactar a saúde cognitiva a longo prazo.