Júpiter, o maior planeta do Sistema Solar, desempenhou um papel crucial na formação dos corpos celestes ao seu redor. Com sua imensa gravidade, Júpiter influenciou a disposição e a evolução de planetas e luas vizinhas. Pesquisadores têm se dedicado a entender como esse gigante gasoso moldou o sistema planetário, revelando aspectos surpreendentes sobre seus primeiros anos.
Professores como Konstantin Batygin e Fred Adams têm focado suas investigações nas luas de Júpiter, em especial nas pequenas luas Amalthea e Thebe. Essas luas, ao contrário das mais conhecidas luas galileanas, orbitam muito próximas do planeta e podem conter pistas valiosas sobre a formação inicial de Júpiter.
Como as luas de Júpiter revelam seu ado?
As luas internas de Júpiter, como Amalthea e Thebe, são consideradas originais, ao contrário de muitas luas exteriores que podem ser asteroides capturados. As órbitas dessas luas internas são ligeiramente inclinadas em relação ao plano equatorial de Júpiter, o que é incomum para luas tão próximas. Batygin e Adams sugerem que essas inclinações são resultado da influência gravitacional de Io, uma das maiores luas de Júpiter.
Ao analisar essas inclinações, os pesquisadores conseguiram calcular o tamanho de Júpiter em seus primeiros anos. Eles concluíram que, cerca de 3,8 milhões de anos após sua formação, Júpiter tinha um raio entre 2,0 e 2,56 vezes o atual, o que implicaria em um volume cerca de oito vezes maior do que hoje.
Quanto era a força do campo magnético de Júpiter no ado?
Além de seu tamanho colossal, Júpiter possuía um campo magnético incrivelmente forte em seus primórdios. Estima-se que esse campo era 50 vezes mais intenso do que o atual, já o mais poderoso do Sistema Solar. Esse campo magnético teria gerado auroras espetaculares, especialmente durante as erupções solares da jovem estrela central.
O método utilizado por Batygin e Adams difere das abordagens tradicionais, que geralmente se concentram na formação dos núcleos planetários. Em vez disso, eles basearam suas conclusões em medições do momento angular de Júpiter e na dinâmica orbital de suas luas, oferecendo uma nova perspectiva sobre a evolução do planeta.

Quais são as implicações para a formação de planetas gigantes?
As descobertas de Batygin e Adams alimentam o debate sobre como os planetas gigantes se formam. A pesquisa apoia a teoria de formação “de baixo para cima” (acréscimo de núcleo), que é amplamente aceita para os gigantes do Sistema Solar. No entanto, a possibilidade de formação “de cima para baixo” (instabilidade gravitacional) ainda é considerada, especialmente para planetas gasosos em outros sistemas estelares.
Embora a abordagem inovadora dos pesquisadores ofereça novos insights, algumas suposições podem ser questionadas. Por exemplo, as luas Adrastea e Metis não foram incluídas nos cálculos, pois são vistas como remanescentes de uma lua maior desintegrada pela gravidade de Júpiter. A confiabilidade das conclusões depende, em parte, da premissa de que Thebe e Amalthea são luas primordiais.
Qual é o futuro da pesquisa sobre Júpiter?
O estudo de Batygin e Adams, publicado na Nature Astronomy, abre novas possibilidades para a compreensão da formação planetária. À medida que a pesquisa avança, espera-se que mais detalhes sobre a história de Júpiter e seu impacto no Sistema Solar sejam revelados. A exploração contínua desse gigante gasoso não apenas enriquece o conhecimento sobre nosso próprio sistema, mas também ilumina processos que podem ocorrer em sistemas planetários distantes.