Há 22 anos em Brasília, o bloco Ventoinha de Canudo integra a cultura pernambucana, por meio da Banda de Pífanos, no carnaval do Quadradinho. Este ano, o bloquinho saiu da fonte da Torre de TV, deu uma volta na tesourinha entre a W3 Norte e Sul e retornou ao local de origem, arrastando uma multidão enfeitada que cantou e dançou animada.
Apesar do atraso de quase duas horas para sair, o bloco tradicional uniu crianças, jovens, adultos e idosos aos sons das marchinhas clássicas de carnaval e músicas de Luiz Gonzaga. No início da comemoração, foram ouvidos gritos em prol da Palestina. Durante o trajeto os foliões também se manifestaram contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, em diversos momentos levaram um coro com o pedido "sem anistia", direcionado ao político inelegível.
Com as mudanças no carnaval brasiliense nos últimos anos, a empresária Tarsila Araújo, 41, se rendeu à folia. "Eu não tenho o costume de vir. Geralmente eu aproveito para sair, ir a uma fazenda ou para a cachoeira. Mas cada vez mais eu quero ficar aqui para curtir. Os blocos têm crescido, as pessoas têm ficado aqui e é uma maneira barata, divertida de encontrar os amigos, se fantasiar."
Para a brasiliense, a diversidade das comemorações é a maior vantagem. "Tem vários estilos de carnaval, inclusive esse aqui do Ventoinha de Canudo, que valoriza a cultura de Pernambuco, a banda de pífanos, então faço questão de vir."