
Após a repercussão sobre o caso de um menino autista de 8 anos que foi arrastado pelos pés em uma clínica, a Ordem dos Advogados do Brasil/DF se manifestou na manhã desta quinta-feira (22/5).
A presidente da Comissão de Defesa das Pessoas com Autismo da OAB/DF, Flávia Amaral categorizou o caso como "absurdo" e afirmou que as instituições precisam estar preparadas para atender esse público, além de seguir a lei à risca.
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"As imagens são revoltantes. Eu, que também sou mãe atípica, me revolto e me solidarizo com essa família. É um absurdo que clínicas que estão ali dispostas a lidar e tratar com autista tenham que agir com violência, agir nesse sentido. Mesmo com toda legislação que nós temos, com a lei Berenice Piana, com o Estatuto da Pessoa com Deficiência, ainda temos essa violência. As instituições precisam se preparar", afirmou a advogada.
Flávia também cobrou mais fiscalização em clínicas dessa natureza e disse que Ordem buscará intensificar a vistoria dessas unidades junto aos Conselhos profissionais.
Entenda o caso
Duas mulheres foram presas nesta quarta-feira (21/5), após serem flagradas arrastando um menino autista de 8 anos pelas pernas em uma clínica de terapia localizada na Feira dos Importados. Segundo a Polícia Militar do Distrito Federal, que realizou a prisão em flagrante pelo crime de maus-tratos, as suspeitas são uma psicóloga e uma fisioterapeuta, elas tem 26 e 36 anos, conforme registrado pela Polícia Civil.
A mãe do menino, Heloisa Iara denunciou o caso para a polícia e divulgou as imagens nas redes sociais. Através dos stories, ela afirmou que o filho faz tratamento na clínica três vezes por semana e nesta quarta-feira (21/5), o menino fugiu do local. "Hoje o Pedro estava na terapia, que é um lugar para ele ser cuidado. Mais uma vez deixaram ele fugir e ele foi tratado igual bicho. O que fizeram é um absurdo", disse a mãe revoltada enquanto registrava ocorrência.
A mãe afirmou ainda que soube do caso de maus-tratos através de uma amiga, que também é mãe e faz acompanhamento com o filho no mesmo local. Ao ser avisada, ela foi até a clínica confrontar os responsáveis. "Chegando na clínica, o povo na maior cara lavada: 'queremos conversar sobre o que aconteceu'. Eu disse que eu não ia conversar com ninguém e só ia parar na polícia. [...] A diretora da clínica estava mais preocupada em saber quem tinha ado as imagens pra gente do que tratar do que tinha acontecido".
Saiba Mais
A mãe do menino acionou a Polícia Militar que foi até o local e conduziu as suspeitas até a 5ª Delegacia de Polícia, que apura o caso.
A clínica Unica Kids emitiu nota informando que o caso é isolado e que medidas istrativas foram imediatamente adotadas. A direção afirma ainda que as envolvidas têm direito à ampla defesa e ao contraditório.