
Em uma tarde repleta de música popular brasileira, pacientes do Hospital Sarah Kubitschek lotaram o teatro da instituição para receber a cantora Leila Pinheiro, com o espetáculo Todo o Sentimento.
Com mais de 40 anos de carreira, Leila Pinheiro, que conta com famosas parcerias, entre melodias e composições durante a carreira, é a intérprete de sucessos como Verde, Coisas do Brasil, Besame, Catavento e Girassol. Para a artista, a experiência no Hospital Sarah foi de emoção e gratidão. "Sempre digo que é um trabalho onde eu só saio ganhando, tanto em alegria quanto em esperança", afirmou. A artista destacou a importância simbólica da apresentação e reafirmou a felicidade em participar de um projeto que considera grandioso. "Aqui é um espaço onde a gente celebra esses sentimentos, a saúde, com toda a força da minha existência, do meu amor", disse.
Brasília, cidade que fez parte de sua trajetória artística, foi lembrada com carinho pela artista: "É um dos lugares que faz parte da minha trilha de vida, de carreira, e faz muito tempo que não venho por aqui. Hoje, foi um evento especial, fechado, mas, se Deus quiser, na próxima turnê, estarei aqui". O repertório, que mesclou clássicos da música popular brasileira com obras autorais de Leila, foi escolhido a dedo por ela. "Hoje, eu estava dentro de um hospital, cantando para pessoas envolvidas com a saúde, então, todas as escolhas aram pela mensagem de saúde, de fé e de esperança".
O show também foi marcado por uma presença especial: o cantor e compositor Toni Platão, amigo de longa data da cantora. Ex-vocalista da banda de rock Hojerizah na década de 1980, o artista faz tratamento na Rede Sarah, devido a um AVC sofrido em 2024. Depois da apresentação, Toni e Leila se encontraram no camarim, onde celebraram o reencontro. Leila afirmou que o show foi, também, em homenagem a Toni.
Além de emocionar o público, o show reforçou a importância de iniciativas culturais em ambientes hospitalares, como ressaltou Lúcia Willadino Braga, presidente da Rede Sarah. "No dia em que temos espetáculo, todo mundo fica com o astral lá em cima, porque é muito terapêutico, a arte é terapêutica e muito importante", avaliou. A neurocientista comentou sobre o sucesso do projeto Teatro Sarah. "Temos contado com artistas magníficos. Leila Pinheiro é um ícone da música popular brasileira, um dos nomes mais importantes, e nos trouxe um show muito emocionante", disse.
Aniversariante do dia, Lúcia comemorou de maneira especial: "Tive um parabéns cantado por Leila Pinheiro e por toda a família Sarah, meus colegas, os nossos pacientes. Foi uma alegria imensa", celebrou.
Abordagem humanizada
O Hospital Sarah, referência nacional no atendimento a pacientes com necessidades de reabilitação, frequentemente promove ações culturais como parte da abordagem humanizada. O show de Leila Pinheiro faz parte do Programa Arte e Reabilitação, que reforça o compromisso do hospital em proporcionar momentos de alívio e alegria em meio aos desafios enfrentados pelos pacientes. A iniciativa já levou ao hospital nomes como Caetano Veloso e Nando Reis.
Em vários momentos, a plateia fez coro com a artista. Rose Mary Santos, de 66 anos, estava entre o público emocionado que assistiu ao show. Em processo de reabilitação após sofrer um AVC no ano ado, descreveu o espetáculo como "maravilhoso, sem palavras". Para ela, o momento foi único. "Eu estava assistindo e pensando: 'que presente!' Hoje, é aniversário da doutora Lúcia, mas é como se nós ganhássemos o presente", disse.
Apaixonada por música, Rose ficou feliz com o repertório. "Ela cantou todos os compositores que eu amo, sempre amei", disse. Para ela, o momento mais emocionante foi a interpretação de Pro dia nascer feliz, de Cazuza e Roberto Frejat. "Todas foram belíssimas, mas como eu amo demais o Cazuza, achei que foi uma homenagem muito merecida. Foi tudo muito lindo", acrescentou.
Em reabilitação para paralisia cerebral, Kelly de Jesus Lima, 20, afirmou que o espetáculo foi uma experiência marcante. "As canções foram de emocionar, todas muito lindas", afirmou a jovem, que participou, pela primeira vez, de um evento cultural no hospital. "Acho importantes essas ações para os pacientes, é um privilégio poder participar". Ao lado dela, André de Oliveira, 23, também em reabilitação para paralisia cerebral, estava alegre. Entre as músicas, uma marcou mais do que as outras: "Conselho, de Almir Guineto, foi emocionante".
No fim do show, aplausos calorosos e muitos sorrisos marcaram a despedida da artista, que deixou sua mensagem: "Na vida a gente precisa de saúde, muito amor, alegria, fé e esparança. Que hoje estejamos abastecidos desses sentimentos, além de toda a minha gratidão por estar aqui com vocês".
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