Crime

Incêndio e bomba antecederam ataque a dono de quiosque em Ceilândia

Segundo o delegado João Ataliba Neto, da 15ª Delegacia de Polícia (Ceilândia Centro), os ataques faziam parte de uma tentativa violenta de expulsar a vítima do local, que estava vendo visado para sediar um ponto de venda de drogas

A nova investida ocorreu em 10 de abril, quando três homens armados renderam o comerciante de 35 anos no quiosque onde ele trabalhava, na EQNM 23/25 -  (crédito: Thiago Fagundes)
A nova investida ocorreu em 10 de abril, quando três homens armados renderam o comerciante de 35 anos no quiosque onde ele trabalhava, na EQNM 23/25 - (crédito: Thiago Fagundes)

Um incêndio em 2023 e uma bomba caseira lançada dentro de um quiosque em 2024 foram os primeiros sinais de que um comerciante de Ceilândia Sul estava sendo alvo de uma campanha de intimidação. Segundo o delegado João Ataliba Neto, da 15ª Delegacia de Polícia (Ceilândia Centro), os ataques faziam parte de uma tentativa violenta de expulsar a vítima do local. “Quando os autores chegaram desta vez, disseram: ‘Você não entendeu os recados, então vamos ser mais claros: é para você sair daí’”, relatou o delegado.

A nova investida ocorreu em 10 de abril, quando três homens armados renderam o comerciante de 35 anos no quiosque onde ele trabalhava, na EQNM 23/25. A vítima foi amarrada com lacres de nylon, ameaçada de morte e forçada a abandonar o ponto comercial. 

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Os criminosos alegaram que o espaço pertencia a uma facção criminosa local. Após o sequestro, o comerciante foi levado no próprio carro até uma área de mata nas proximidades da BR-070, onde foi deixado. O veículo, o celular e diversos itens do restaurante foram levados.

Mesmo assustado, o homem decidiu registrar boletim de ocorrência, temendo que o carro pudesse ser usado em outros crimes. “A vítima ficou com muito medo de represália. Ela só registrou a ocorrência por receio de ser responsabilizada por algo que os bandidos fizessem com o veículo. No início, ela nem queria que a investigação continuasse”, afirmou o delegado.

A investigação evoluiu com base em três denúncias anônimas, que indicaram um comerciante de 42 anos como mandante do crime. Os relatos apontavam que o suspeito pretendia tomar conta da área para estabelecer um monopólio comercial e abrir espaço para a venda de drogas sob fachada de estabelecimentos legais.

A operação

Batizada de Terra Tomada, a operação da Polícia Civil teve como foco o suposto mandante. Foram cumpridos mandados de busca e apreensão em três endereços ligados a ele, todos em Ceilândia: a residência onde vivia, uma casa de familiares e dois estabelecimentos comerciais — um lava-jato e um restaurante.

Durante a ação, os agentes apreenderam porções de drogas, balanças de precisão, celulares e armas brancas, como facões e tacos de baseball. “Identificamos que ele vendia drogas tanto em casa quanto em um dos estabelecimentos. Por isso, foi preso em flagrante por tráfico e agora também está sendo investigado por roubo, extorsão e possível envolvimento com organização criminosa”, explicou o delegado.

Os três executores do crime ainda não foram identificados. No entanto, com as provas apreendidas durante a operação, a polícia espera avançar na investigação. “As denúncias falavam apenas do mandante. Agora, com os novos elementos, vamos tentar identificar os três homens armados que ameaçaram o comerciante”, concluiu o delegado.

 

postado em 03/06/2025 21:49
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