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Espetáculo Cores da China chega a Brasília

Grupo de Danças da Universidade Minzu do Centro-Sul da China, chega à cidade em uma apresentação que inclui dança tradicional, canto e música instrumental

Brasília recebe o Grupo de Danças da Universidade Minzu do Centro-Sul da China -  (crédito: Divulgação)
Brasília recebe o Grupo de Danças da Universidade Minzu do Centro-Sul da China - (crédito: Divulgação)

Neste domingo, Brasília terá um gostinho da cultura chinesa. O palco do Teatro dos Bancários, às 15h, será tomado por elementos, vestimentas, músicas e tradições. Em comemoração ao Ano Novo Chinês, o espetáculo Cores da China, do Grupo de Danças da Universidade Minzu do Centro-Sul da China, chega à cidade em uma apresentação que inclui dança tradicional, canto e música instrumental, para celebrar a riqueza cultural e artística da China. 

Com realização do Instituto Sociocultural Brasil-China (Ibrachina), o espetáculo proporciona uma imersão cultural nas tradições chinesas em uma experiência visual e sonora que irá transportar o público para o coração da China. "O espetáculo tem como propósito celebrar a diversidade cultural e artística do país, destacando as ricas tradições das minorias étnicas por meio da dança, música e trajes típicos", destaca o presidente do Ibrachina, Thomas Law. 

O espetáculo ficou em cartaz em São Paulo e Campinas e, além da capital, vai ar por Salvador e Foz do Iguaçu, promovendo o intercâmbio cultural entre o Brasil e a China. Para Thomas, a apresentação em Brasília é particularmente significativa para a difusão da cultura chinesa. "Como capital do país, ela  tem um papel central na promoção do intercâmbio cultural e na construção de diálogos entre os países. Além disso, a cidade conta com uma forte presença diplomática e um público diverso", ressalta. 

Segundo ele, o espetáculo celebra o Ano Novo Chinês incorporando elementos simbólicos da festividade e destacando a energia renovadora do novo ciclo e os valores culturais que marcam essa festa. Por meio da dança e da música, o público será transportado para a energia e os costumes do feriado mais importante da China. 

  • Com elementos da cultura chinesa, o espetáculo Cores da China promove uma imersão cultural
    Com elementos da cultura chinesa, o espetáculo Cores da China promove uma imersão cultural Divulgação
  • Brasília recebe o Grupo de Danças da Universidade Minzu do Centro-Sul da China
    Brasília recebe o Grupo de Danças da Universidade Minzu do Centro-Sul da China Divulgação
  • Cores da China incorpora dança, canto e música instrumental
    Cores da China incorpora dança, canto e música instrumental Fotos: Divulgação

Período de renovação

Considerada a celebração chinesa mais importante no país, o Ano Novo Chinês é guiado por um calendário lunissolar, que combina os ciclos da Lua com a posição do Sol. Diferentemente do gregoriano, que segue um fluxo fixo, esse calendário varia conforme a Lua Nova, que marca o início do ciclo zodiacal do ano,  quando é comemorado oficialmente o feriado.

Baseado em 12 animais do zodíaco chinês e em cinco elementos da natureza, o calendário forma ciclos de 60 anos, em que cada ano é regido por um animal e um elemento da natureza. Iniciado em 29 de janeiro, o ano de 2025 será regido pela Serpente da Madeira e vai durar até 16 de fevereiro de 2026. 

Além do dia da Lua Nova, o Ano Novo Chinês possui outra data importante, o lichun, que ocorreu em 3 de fevereiro. "O lichun é o início da primavera no calendário lunissolar e tem grande relevância na astrologia chinesa e no feng shui. Ele representa o momento em que a energia do novo ano começa a se manifestar", explica o diretor de cultura do Instituto Sociocultural Brasil China (Ibrachina), Andre Sun.

Em um momento de renovação, união e esperança, os chineses não deixam a desejar quanto às celebrações do feriado, que podem se estender por 15 dias. "O país inteiro entra em um clima de celebração e reflexão. Antes do feriado,  as cidades ficam enfeitadas com lanternas vermelhas e caracteres dourados desejando sorte e borboletas. Mercados e lojas vendem decorações de animais do ano e há um forte espírito de reencontro entre as famílias", afirma Sun. 

Permeada por uma forte valorização dos laços familiares e do respeito aos ancestrais, a cultura chinesa tem como uma das tradições a volta de pessoas para as cidades natais e os reencontros familiares para o Ano Novo Chinês. Nesse período do ano, o país é marcado por uma das migrações mais densas da humanidade, a Chunyun.

"A reunião familiar é um dos aspectos mais importantes do Ano Novo Chinês, e a ceia da véspera tem um significado simbólico muito forte", relata Andre Sun. "Estar ao lado da família para compartilhar essa refeição é considerado essencial para atrair prosperidade e harmonia no ano que se inicia."

Como um país com uma grande diversidade cultural, o Ano Novo Chinês também possui diversas crenças e tradições. Segundo Sun, um costume típico é a limpeza da casa antes do feriado, ritual para eliminar energias negativas. Nessa época do ano, as roupas, ruas e casas são tomadas pela cor vermelha, considerado um símbolo de sorte e proteção contra maus espíritos. Outra tradição é a troca de envelopes vermelhos chamados hongbao, recheados com dinheiro, dados por adultos para crianças e jovens. 

"Durante os dias de celebração, ocorrem apresentações de danças do dragão e do leão, que simbolizam força e prosperidade, além de procissões com tambores e fogos de artifício", completa André Sun. Ao final do décimo quinto dia, acontece o Festival das Lanternas, que marca o fim das comemorações de Ano Novo em uma noite iluminada pela lua cheia e pelas lanternas coloridas das famílias. 

Ano da Serpente

Este ano será regido pela serpente combinada ao elemento Madeira Yin. No Zodíaco Chinês, o animal simboliza sabedoria, estratégia, mistério e transformação, e a Madeira Yin representa um crescimento sutil e equilibrado, favorecendo introspecção e planejamento. Conhecida pela capacidade de adaptação e renovação, a serpente avisa para que, em 2025, aprenda-se a trocar de pele, deixando para trás o ado e seguindo em frente de forma consciente. 

Para o diretor de cultura do Instituto Sociocultural Brasil China (Ibrachina), Andre Sun, 2025 promete ser um ano ideal para refletir sobre objetivos, se reinventar e buscar novos aprendizados. "Será um período propício para decisões estratégicas e para o cultivo de novos projetos", afirma.

Segundo ele, na cultura chinesa, a serpente também é chamada de "pequeno dragão", e após o Ano do Dragão em 2024, o Ano da Serpente trará uma energia mais sutil, incentivando a sabedoria, a diplomacia e a paciência. "O recado desse ano é claro: será um período de transições, no qual  planejamento e visão estratégica serão fundamentais para colher bons frutos no futuro", completa.

Cores da China

Amanhã, às 15h, no Teatro dos Bancários (Asa Sul Eqs 314/315 BL A). Ingresso gratuito mediante retirada no Sympla.

*Estagiária sob a supervisão de Severino Francisco

 


Tainá Hurtado*
postado em 08/02/2025 06:00
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