De volta às novelas após um hiato de nove anos, Maria Carol Rebello trará mais do que talento ao reencontrar o público em Êta mundo melhor, continuação do sucesso de Walcyr Carrasco, Êta mundo bom. A atriz reviverá Olga, personagem que interpretou com delicadeza e humor em 2016 e que, agora, retorna à tela da Globo com novos desafios — tanto na trama quanto na vida real da artista. A volta de Maria Carol à televisão é marcada por um momento intenso e simbólico.
Eu recebi o convite para a novela exatamente no mesmo dia da morte do meu irmão. Encaro esse trabalho como um presente para o meu processo de ressignificação do luto", disse ela, referindo-se ao DJ e ex-ator mirim João Rebello, assassinado em outubro de 2024, em Trancoso (BA), aos 45 anos. A data também coincidia com o aniversário de cinco anos da morte de seu tio, o diretor Jorge Fernando, figura essencial em sua trajetória artística.
Desde criança, Maria Carol vive a arte como herança e vocação. Estreou na televisão com apenas 8 anos, na novela Vamp, e construiu uma sólida carreira em dramaturgia. Atuou em produções como Era uma vez, Vila Madalena, Sete pecados, TiTiTi, Guerra dos sexos, Alto astral e Verão 90, entre outras. Mas foi nos palcos que encontrou sua mais recente paixão: a direção. Em O menino do olho azul, sua primeira direção teatral, Maria Carol homenageia Jorge Fernando em um musical infantil lúdico, comovente e carregado de significado.
"É inspirado no sonho que o meu tio sempre teve desde criança: fazer teatro, fazer show. Mesmo sendo um menino do subúrbio, sem muita instrução, ele foi atrás do sonho dele", conta.
Entrevista | Maria Carol Rebello 6e3v7
O que te motivou a ficar tanto tempo longe das novelas e como você se sente sobre este retorno?
Na verdade, não foi uma motivação. Logo após a morte do meu tio, veio a pandemia e o mercado deu uma parada. Quando tudo retomou, eu produzi e dirigi o infantil o O menino do olho azul, que é um musical infantil em homenagem ao meu tio. Eu me apaixonei pela direção e foi um caminho que eu resolvi seguir, achei que não voltaria a atuar até que apareceu o convite pra voltar nessa novela.
Como é reencarnar Olga e qual é a diferença entre essa vez e a anterior?
É muito interessante e desafiador fazer numa novela, nove anos depois, a mesma personagem. A gente tá muito no início do processo ainda pra eu entender qual é a diferença, mas com certeza existem muitas diferenças com esses nove anos.
O convite para Eta mundo melhor coincidiu com a perda trágica do seu irmão, João Rebello. Como você lida, hoje, com essa perda e como o trabalho tem ajudado você nesse momento?
É impressionante como a vida nos apresenta dores e mistérios. Eu recebi o convite pra fazer a novela exatamente no mesmo dia da morte do meu irmão. Como eu realmente acredito que muitas coisas nessa vida misteriosa não são por acaso, eu encaro esse trabalho como um presente para o meu processo de ressignificação e do luto. Além de ser um trabalho maravilhoso pelo o que ele representa como arte, ele também é importante particularmente pra mim pra entender a engrenagem da vida e continuar seguindo.
Seu tio, Jorge Fernando, em 2019, influenciou sua carreira. Qual o legado que ele te deixou?
A história da minha família é essa: fazer arte juntos quase como uma família circense! Meu tio ele não só me influencia, mas ele me inspira e me ensina desde que eu me entendo por gente. Das minhas referências artísticas ao que eu quero dizer pro mundo com a arte ele vai sempre estar presente em tudo.
Além da TV, você também se dedica ao teatro, e homenageia seu tio na peça O menino do olho azul. Como é relembrar o trabalho dele e como você acha que ele continua a influenciar sua arte?
O menino do olho azul é um infantil musical lindo inspirado no sonho que o meu tio sempre teve desde criança de poder fazer teatro, fazer show. É um espetáculo lúdico, verdadeiro e com uma mensagem importante que a gente nunca desista dos nossos sonhos. Além de toda a sabedoria artística do Jorge, o maior legado dele é que mesmo sendo um menino nascido no subúrbio, sem muita instrução ou estudo, ele foi atrás do sonho dele.
Você enfatiza a importância da Justiça, especialmente após a perda do seu irmão. Como você acha que a arte pode contribuir para a conscientização sobre essa questão?
Arte é educação! Se todo mundo for educado a pensar, a ler, a conhecer, a gente entende muito do censo de justiça social e política. Eu penso que é isso que falta no Brasil. Se todas as pessoas puderem ter o à educação, a gente consegue diminuir a diferença social. Só assim a gente consegue um país justo e linear pra todo mundo. Essa guerra civil que a gente vive, muito por conta dessa discrepância social, respinga em todo mundo independente da classe que a gente esteja.
Ter começado na televisão tão cedo deixou alguma lacuna na sua vida?
Ter começado na televisão tão cedo só me deu experiência, conhecimento e oportunidades. Quando eu era criança e trabalhava fazendo TV eu estava ali aprendendo, sendo educada em vários aspectos. Só me engrandeceu!
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