
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta sexta-feira (21/2) que não espera dificuldades para aprovar a isenção do Imposto de Renda (IR) para quem recebe até R$ 5 mil no Congresso. No entanto, ele destacou que o maior desafio será encontrar formas de compensação para essa mudança.
“O desafio não vai ser isentar, mas vai ser compensar. Teremos que ir para o andar de cima”, disse Haddad durante entrevista ao ICL Notícias. Segundo ele, é fundamental que aqueles com maior renda compreendam que a carga tributária no Brasil pesa desproporcionalmente sobre os trabalhadores assalariados. “Quem paga mais é a população trabalhadora, os funcionários públicos — professores, enfermeiros —, que têm desconto direto na folha. Por que buscar justiça tributária virou pecado?”, questionou o ministro.
O titular da Fazenda também apontou que as críticas mais intensas ao sistema tributário costumam vir de setores que pagam menos impostos. “Quem grita mais no Brasil é normalmente quem não paga mais imposto, enquanto a população mais atingida grita menos”, frisou.
Reforma Tributária e equidade fiscal
Além da proposta de isenção do IR, Haddad exaltou a Reforma Tributária do consumo, recentemente regulamentada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele classificou a medida como a mais ambiciosa da história do Brasil e destacou a criação do cashback para pessoas inscritas no Cadastro Único (CadÚnico), permitindo a devolução de parte dos impostos pagos por consumidores de baixa renda.
“A reforma redistribui o ônus tributário, fazendo com que os privilegiados paguem mais, para que a população de baixa renda possa pagar menos. Queremos inverter as resistências conhecidas, fazendo com que quem não paga e a pagar”, explicou Haddad.
Para o chefe da equipe econômica, a aprovação da Reforma Tributária será um dos maiores legados do terceiro mandato de Lula. “Esse é o grande trunfo deste governo, a aprovação da maior reforma tributária da história. Não estamos preocupados em aumentar a arrecadação, estamos promovendo justiça tributária”, afirmou.
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O ministro lamentou, ainda, que a importância dessa mudança não tenha sido plenamente reconhecida por setores progressistas que apoiam o governo. Mesmo assim, reforçou que a equipe econômica seguirá empenhada em equilibrar o sistema tributário e aliviar a carga sobre os trabalhadores.