
O setor avícola brasileiro sofreu mais um revés nesta semana com a suspensão temporária das importações de carne de frango por parte do Chile, do Uruguai e do México. A medida foi tomada após a confirmação do primeiro caso de influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) em uma criação comercial no país. Antes disso, Argentina, China e União Europeia já haviam interrompido a compra de aves brasileiras, ampliando as consequências econômicas da ocorrência.
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As suspensões seguem os protocolos sanitários internacionais estabelecidos entre o Brasil e seus parceiros comerciais, que determinam a interrupção imediata das importações em casos de detecção da doença. Segundo dados do setor, as exportações de carne de frango para esses cinco mercados somaram mais de US$ 190 milhões apenas em abril, o que acende um alerta sobre os prejuízos potenciais para a balança comercial e para os produtores nacionais.
Segundo levantamento preliminar da consultoria Safras & Mercado, a repercussão da suspensão pode impactar entre 15% e 20% das exportações mensais brasileiras de carne de frango. O Rio Grande do Sul, terceiro maior exportador do país, está impedido de comercializar o produto até que as autoridades sanitárias considerem a situação controlada.
A influenza aviária de alta patogenicidade já havia sido detectada em outras partes do mundo, incluindo Ásia, África e o norte da Europa. A chegada da doença a uma granja comercial brasileira marca uma nova fase de atenção no combate ao vírus no país.
Em nota, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) informou que todas as medidas de contenção e erradicação previstas no plano nacional de contingência foram acionadas, com o objetivo de eliminar o foco da doença e preservar a capacidade produtiva da avicultura nacional. A Pasta também declarou que está em contato com os elos da cadeia produtiva, com a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), e com os Ministérios da Saúde e do Meio Ambiente, além de manter comunicação direta com os parceiros comerciais afetados.
Apesar da gravidade da situação, o Mapa reforça que não há risco à saúde humana pelo consumo de carne de frango ou ovos, uma vez que a gripe aviária não é transmitida por meio da ingestão desses alimentos. Assim, não há qualquer recomendação para suspensão do consumo interno.
Ainda assim, o momento exige vigilância e rapidez na resposta sanitária, uma vez que o Brasil é o maior exportador mundial de carne de frango e qualquer prolongamento das restrições pode afetar a confiança do mercado internacional e impactar milhares de produtores ao longo da cadeia.