Após uma difícil temporada em 2023, o Vasco deu um salto positivo em 2024, ano que se encerra nesta terça-feira. O time quebrou jejuns importantes, incluindo o retorno à semifinal da Copa do Brasil após 13 anos, além da melhor posição no Brasileirão desde 2017. Ainda que não tenha sido o ano dos sonhos, o torcedor vascaíno ainda viu o sonhado retorno de Philippe Coutinho, a reforma de São Januário dando um importante o para sair do papel e mudanças na estrutura de sua SAF. Dessa forma, confira agora a retrospectiva do J10 do ano do Vascão.
VASCO – JANEIRO 24p2o
O ano aparentava começar de forma animadora para o torcedor vascaíno. Afinal, o técnico Ramón Díaz permaneceu após novela e o Cruz-Maltino ainda contratou o “tubarão” do mercado, Alexandre Mattos, para o cargo de diretor executivo. Com dinheiro em caixa, a perspectiva era positiva no começo do ano.
As contratações foram se acumulando para a temporada. Chegaram: João Victor (Benfica-POR; foto), Adson (Nantes-FRA), David (Inter), Keiller (Inter), Rojas (River Plate-ARG), Sforza (Newell’s Old Boys-ARG) e Victor Luís (Coritiba).
Mas houve saídas também: Gabriel Pec (LA Galaxy-EUA), Marlon Gomes (Shakhtar Donetsk-UCR), Rodrigo (rescisão), Galarza (Talleres-ARG), além de alguns empréstimos, como Cao (Olímpia-PAR), Orellano (FC Cincinatti-EUA), Riquelme (Sport), Vinícius Paiva (Ituano), Barros e Miranda (Amazonas), Figueiredo (Coritiba) e De Lucca (Ceará).
Sob o comando de Ramón Díaz, a equipe principal fez viagem para o exterior para a pré-temporada no Uruguai, com duas vitórias e dois troféus em dois amistosos.
Paralelamente a isso, o Vasco estreou com vitória com o time alternativo no Carioca. Depois, empatou por 3 a 3 com o Sampaio Corrêa na “despedida” do time B.
Ao fim de janeiro, porém, o clube sofreu um de seus principais golpes na temporada. O volante Paulinho, dos melhores jogadores do elenco, sofreu ruptura do ligamento cruzado anterior (LCA) do joelho direito e precisou de cirurgia, que o tiraria de ação por pelo menos dez meses.
FEVEREIRO 5u4c2h
Para piorar, no primeiro jogo de fevereiro, outro duro golpe. Jair, companheiro de “volância” de Paulinho, sofreu a mesma lesão, mas no joelho esquerdo.
Dessa forma, o clube precisaria ir ao mercado para repor a posição. A única chegada para o setor após isso, porém, foi de Galdames, chileno ex-Genoa.
Após empatar com Flamengo e Fluminense (ambos em 0 a 0), o Vasco ainda enfrentaria o Botafogo no mês de fevereiro, vencendo por 4 a 2 em pleno Nilton Santos, com direito a uma das melhores atuações do time na temporada. Galdames, aliás, marcaria seu primeiro gol neste jogo. Payet desfilou com um belo futebol no tapetinho.
MARÇO 5c2f1m
No terceiro mês do ano, a coisa começou a apertar para o Vascão. Afinal, veio a eliminação para o Nova Iguaçu na semifinal do Campeonato Carioca e a quase eliminação para o Água Santa na segunda fase da Copa do Brasil em pleno São Januário.
O Gigante da Colina ou por um grande vexame ao não conseguir derrotar o pequeno Nova Iguaçu, empatando em 1 a 1 na ida e perdendo por 1 a 0 na volta, em dois jogos com o Maracanã abarrotado de vascaínos.
O atacante Clayton Silva chegou oriundo do Casa Pia-POR, estreando logo como titular contra o Nova Iguaçu (jogo de ida). Seria a última contratação de Alexandre Mattos como diretor de futebol.
Afinal, o “tubarão do mercado” não conseguia transitar entre a diretoria da SAF (ainda com a 777 Partners no comando), nem com o técnico Ramón Díaz. A contratação de Clayton Silva foi um estopim para deteriorar a relação entre a trinca.
Dessa forma, Alexandre Mattos foi demitido após vazar prints de conversas com um jornalista, deixando o clube após apenas 100 dias no cargo.
ABRIL 6m6l67
Após a eliminação no Campeonato Carioca, o Vasco ficou praticamente um mês sem entrar em campo. Estreou no Brasileirão, então, com vitória importante sobre o Grêmio, por 2 a 1, em São Januário. Mas o mês de abril reservava momentos ruins e o início de uma gigantesca crise no time da Cruz de Malta.
Isso porque o clube utilizou as redes sociais para informar o desligamento do argentino do cargo, e, ainda em São Januário após a derrota, Ramón e seu filho e auxiliar Emiliano Díaz deram coletiva já como ex-comandantes afirmando que descobriram que foram demitidos vendo a notícia na televisão no vestiário junto com os jogadores.
O treinador afirmou que “foi demitido pelo Twitter (X)”, o que iniciou uma queda de braço com o Vasco. Na ocasião, não havia chefia em São Januário, já que o então CEO, Lúcio Barbosa, não pode comparecer ao jogo por problemas pessoais. Como Alexandre Mattos não era mais diretor e o Vasco ainda não havia contratado seu substituto, a sensação era de bagunça na casa vascaína, com a saída de Ramón Díaz se tornando uma das principais polêmicas do ano.
Dessa forma, Alexandre Mattos foi demitido após vazar prints de conversas com um jornalista, deixando o clube após apenas 100 dias no cargo.
MAIO 4g22z
Como desgraça pouca é bobagem, em maio houve novos problemas para o Cruz-Maltino, que engatou quatro derrotas seguidas no Brasileirão e começava a dar indícios de que lutaria novamente contra o rebaixamento, a exemplo de 2023. Um dos reveses foi para o Athletico, na estreia de Hugo Moura como titular. O ex-CAP foi expulso logo no primeiro tempo.
Além disso, o presidente Pedrinho concedeu coletiva revelando problemas com a 777, empresa que comprara 70% das ações da SAF do clube em 2022. No dia 15, o associativo conseguiu liminar na Justiça afastando a 777 do poder, o que fazia com que Pedrinho obtivesse a “caneta”, ou seja; a palavra final nas decisões do clube.
Com isso, o mandatário iniciou uma série de mudanças, afirmando que o Vasco estava em grave problema financeiro por descumprimentos de acordos contratuais da 777, que se via envolta em uma novela judicial inclusive nos EUA e na Inglaterra, com o problema podendo respingar no Vasco.
Paralelo a isso, o time precisava seguir jogando bola. Pedrinho confirmou a chegada de Álvaro Pacheco, técnico que negociava já na época da 777. Evitando maiores, problemas, o presidente deu aval para sua contratação, já que os trâmites estavam quase todos finalizados e o Vasco precisava, e muito, de um novo treinador.
O mês de maio terminou ao menos com uma boa notícia: antes da chegada oficial de Pacheco, em um dos jogos mais épicos da temporada, o Vasco ficou no 3 a 3 com o Fortaleza em São Januário e avançou nos pênaltis para as oitavas de final da Copa do Brasil. As atuações de Léo Jardim, Vegetti, Payet e Lucas Piton salvavam o clube na competição.
Ainda neste mês, a diretoria assinou o maior contrato de patrocínio da história do clube. Foi com a casa de apostas Betfair. Entre outras novidades, Pedro Martins, ex-Cruzeiro, chegou como substituto de Alexandre Mattos para diretor executivo.
JUNHO 6i3m39
O início do último mês do primeiro semestre foi de muita dor e vergonha para o Cruz-Maltino. Afinal, Álvaro Pacheco chegou e logo em sua estreia viu o time ser derrotado por 6 a 1 para o maior rival Flamengo. Seria a maior goleada aplicada pelo Fla na história do confronto.
Sua demissão após este único jogo chegou a ser cogitada, mas o comandante ganhou uma segunda chance, já que o clube vivia turbulência fora de campo e encontrar um novo treinador demandaria tempo. O Vasco seguiu a sina ruim, perdendo para o Palmeiras, empatando em 0 a 0 contra o Cruzeiro e assumindo novo revés, desta vez para o Juventude.
Este era, então, o fim da humilhante agem do português da boina frente ao clube da Colina: apenas 8,3% de aproveitamento em quatro jogos.
Ainda em junho, a chegada do “salvador” Rafael Paiva como treinador deu novos ares ao clube. Além disso, Pedrinho se movimentava fora de campo, demitindo o CEO Lúcio Barbosa e trazendo Felipe para o cargo de diretor técnico, vago desde o fim de 2023.
JULHO 5d3yf
A maré do Vascão começou a mudar em julho. Rafael Paiva, que era técnico do time sub-20 e ganhou oportunidade como interino do time principal, começava a empilhar bons resultados. Foi neste mês que a equipe conseguiu quatro vitórias seguidas no Brasileirão, algo que não ocorria desde 2012.
Neste mês, com a janela aberta, uma das melhores notícias dos últimos anos para os vascaínos. O cria Philippe Coutinho estava de volta ao Vasco após 14 temporadas fora. Além dele, chegaram outros ex-jogadores do clube: Souza e Alex Teixeira.
Emerson Rodríguez (Inter Miami-EUA), Jean David (Toluca-MEX) e Maxime Dominguez (Rio Ave-POR) foram outros reforços que chegaram na segunda janela do ano.
Marcelo Sant’Ana, contratado por Pedrinho para o lugar de Pedro Martins, foi quem ficou à frente das negociações.
Ainda em julho, o prefeito Eduardo Paes sancionou a lei que viabilizaria a reforma de São Januário, prevista para começar ao longo de 2025.
AGOSTO – O MÊS PERFEITO. 82m6s
O time ou invicto pelo período, com quatro vitórias em seis jogos. Na ocasião, o Vasco avançou na Copa do Brasil ao eliminar o Atlético-GO com vitória por 1 a 0 em São Januário – outro jejum encerrado, já que o Vasco não chegava às quartas da competição desde 2015 (nove anos).
A equipe de Rafael Paiva conseguiu uma importante vitória por 2 a 0 sobre o Fluminense no Nilton Santos, além de derrotar duas vezes o Athletico em apenas quatro dias. Primeiro, de virada por 2 a 1 pelo Brasileirão, em São Januário.
Também no estádio vascaíno, três dias depois, outra virada por 2 a 1 com gols no fim (roteiros parecidos), mas desta vez pelo jogo de ida da Copa do Brasil.
SETEMBRO 1u2i5w
No nono mês do ano, houve a agem à semifinal da Copa do Brasil, mas o início de nova crise. A derrota para o Athletico não pesou tanto, já que o Vasco conseguiu a vaga na semifinal da Copa do Brasil nos pênaltis.
Mas iniciou uma sequência de oito jogos sem vitórias, com o time só voltando a vencer em meados de outubro.
Neste período, o time viu um início ruim de Coutinho e seca de gols do Vegetti no Brasileirão. Coutinho, porém, marcou seu primeiro gol no retorno logo contra o Flamengo, em empate por 1 a 1 no Maracanã.
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O ano de altos e baixos seguia. Afinal, apesar de Vegetti voltar a marcar (contra o Cruzeiro, no último jogo de setembro), a equipe perdeu por 2 a 1 para o Atlético-MG na ida da semifinal da Copa do Brasil, se complicando na competição.
Na volta, os times ficaram no 1 a 1 graças a um golaço de Hulk e, apesar de uma linda festa da torcida e uma partida interessante contra o finalista da Libertadores, a equipe ficou pelo caminho.
O que restava era a tentativa de se classificar à Libertadores pelo Brasileirão. No fim do mês, o Vasco conseguiu se recuperar com duas vitórias em São Januário: contra Bahia e Cuiabá.
Outubro também marcou o retorno de Jair ao time após nove meses fora de ação.
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O penúltimo mês do ano, porém, veio com novos problemas. Foram quatro derrotas seguidas (Botafogo, Fortaleza, Inter e Corinthians) culminando com a queda de Rafael Paiva e inúmeras incertezas. A vaga para a Libertadores já deixava de ser uma realidade em São Januário.
Assim, no último jogo do mês, o diretor técnico Felipe assumiu a equipe interinamente, com a promessa de que ele só ficaria até o fim do ano. Dessa forma, o ídolo comandou a equipe em três jogos, vencendo sete pontos possíveis de nove.
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Após o empate da estreia contra o já rebaixado Atlético-GO, vieram duas vitórias nos jogos finais da temporada e a classificação à Sul-Americana. Garantindo, assim, o retorno do clube às competições internacionais após cinco anos.
Vegetti, que ara por nova seca, voltou a marcar, anotando três gols nestes dois jogos finais. Coutinho e até mesmo Alex Teixeira também foram importantes.
Paulinho, machucado desde janeiro, voltou para os dois jogos derradeiros.
No fim do ano, ainda antes do Natal, o Vasco anunciou a contratação de Fábio Carille para técnico em 2025. Com os retornos de Jair e Paulinho, a expectativa é de um ano melhor do que 2024.
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