ESTADOS UNIDOS

Governo dos EUA proíbe Harvard de matricular estudantes estrangeiros  

Departamento de Segurança Nacional confirmou que instituição não pode mais registrar alunos de outros países e que os atuais devem se transferir ou perderão status legal 

Anuidade de Harvard, que atualmente custa mais de US$ 59 mil (cerca de R$ 333 mil), pode chegar a US$ 87 mil (R$ 492 mil) com os cortes financeiros -  (crédito: Somesh Kesarla Suresh/Unsplash)
Anuidade de Harvard, que atualmente custa mais de US$ 59 mil (cerca de R$ 333 mil), pode chegar a US$ 87 mil (R$ 492 mil) com os cortes financeiros - (crédito: Somesh Kesarla Suresh/Unsplash)

O governo do presidente Donald Trump, nos Estados Unidos, proibiu, nesta quinta-feira (22/5), a possibilidade de a Universidade de Harvard, uma das principais do país e uma das mais famosas do mundo, receber estudantes estrangeiros. A decisão, anunciada pela secretária de Segurança Nacional, é imediata e vem em período de tensão do governante americano com a instituição. 

Foi suspenso, por meio de carta enviada à organização educacional, o principal sistema que permitia a estudantes de outros países que não os EUA estudar em Harvard. A medida afeta de forma direta uma fonte crucial de renda da instituição, que é a mais antiga e mais rica do país. 

“Com efeito imediato, a certificação do Programa de Estudantes e Visitantes de Intercâmbio (Sevis, na sigla em inglês) da Universidade de Harvard está revogada”, diz Kristi Noem, da Segurança Nacional, em carta enviada à organização, conforme cópia obtida pelo The New York Times. 

Em comunicado à imprensa, o departamento confirmou as consequências da ação: “Isso significa que Harvard não pode mais matricular estudantes estrangeiros, e os estudantes estrangeiros existentes devem se transferir ou perderão seu status legal”. 

De acordo com fontes do NYT, a notificação teria vindo depois de discussão nos últimos dias sobre a legalidade de uma solicitação de registros, parte de investigação do departamento governamental. A medida, porém, deve gerar resposta judicial por parte da universidade, que já havia processado a istração em abril devido a tentativas do governo de impor mudanças em currículos, políticas de issão e práticas de contratação. 

Ao jornal americano, um porta-voz de Harvard chamou a ação de “ilegal” e disse que a instituição está comprometida em manter a capacidade de “receber estudantes e acadêmicos internacionais, vindos de mais de 140 países e que enriquecem imensamente a universidade — e esta nação”. 

“Estamos trabalhando rapidamente para fornecer orientação e apoio aos membros da nossa comunidade”, informou. “Esta ação retaliatória ameaça causar sérios danos à comunidade de Harvard e ao nosso país, além de minar a missão acadêmica e de pesquisa de Harvard.” 

A anuidade da instituição, que atualmente custa mais de US$ 59 mil (cerca de R$ 333 mil), pode chegar a US$ 87 mil (R$ 492 mil) com os cortes financeiros. 

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De acordo com dados de Harvard, cerca de 6,8 mil estudantes estrangeiros frequentaram a instituição no ano de 2025 — o equivalente a aproximadamente 27% dos alunos. Se comparada a números de 2010, a quantidade é 19,7% maior.  

postado em 22/05/2025 17:22
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