ESCÂNDALO NO INSS

Messias responsabiliza governo Bolsonaro por INSS e critica Nikolas

Segundo o ministro da AGU, o governo Bolsonaro desmontou o INSS e o Dataprev, impedindo o controle das fraudes nos descontos associativos

"É importante que ele (Nikolas) questione ao presidente que ele apoia por que ele colocou a empresa pública que dá e à produção e a guarda desse bens para vender e desmontou essa empresa", disse Messias - (crédito: Rosinei Coutinho/SCO/STF)

O ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, responsabilizou nesta quinta-feira (8/5) o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pela "engenharia criminosa" que permitiu a fraude bilionária no INSS. Messias afirmou que a gestão ada desmontou todos os órgãos de controle que poderiam ter investigado e impedido dos descontos ilegais.

Sem citar nomes, o ministro também criticou a "lacração" do vídeo do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) sobre as fraudes, que teve grande repercussão nas redes sociais.

"Está muito claro que uma tecnologia criminosa, um modelo criminoso, uma engenharia criminosa foi montada pelo governo anterior. Foi montada nos estertores do governo anterior. Nós conseguimos desbaratar esta fraude. Mas eu quero dizer para vocês que também não foi fácil", disse Messias durante coletiva de imprensa para anunciar o plano de ressarcimento para os aposentados.

O ministro afirmou que o INSS e o Dataprev — estatal que presta e tecnológico à Previdência — foram desmontados pelo governo Bolsonaro. A Dataprev, inclusive, foi incluída no rol de empresas para serem privatizadas, o que não ocorreu.

Messias diz que Nikolas deve pedir explicações a Bolsonaro

Jorge Messias mencionou também que parlamentares que apoiam Bolsonaro estão criticando o governo atual, mas não questionam sobre as irregularidades iniciadas na gestão ada. Segundo a Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU), o esquema começou em 2017 e intensificou-se em 2019. Segundo Messias, a maioria das 12 entidades investigadas por corrupção começou a atuar após 2019.

"É importante que ele (Nikolas) questione ao presidente que ele apoia por que ele colocou a empresa pública que dá e à produção e a guarda desse bens para vender e desmontou essa empresa. Espero que isso seja apurado. Espero que ele pergunte ao antigo ministro da Previdência por que não adotou as providências necessárias para investigar, quando já havia denúncias de irregularidades", afirmou o ministro.

"Eu quero que o deputado que fez um vídeo de 'lacração' pergunte ao ministro da Casa Civil do governo anterior quais foram as providências adotadas quando o Congresso Nacional flexibilizou a regra criada ainda no governo anterior que garantia a revalidação dos descontos,  porque o presidente anterior sancionou esta medida. Então, ele tem que se explicar", acrescentou o ministro. 

O vídeo de Nikolas, publicado na terça-feira (6), já superou a marca de 100 milhões de visualizações e obrigou o governo federal a reagir. Além de Messias, a ministra da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Gleisi Hoffmann, e o ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Vinícius Marques de Carvalho, também criticaram o parlamentar.

postado em 08/05/2025 16:17 / atualizado em 08/05/2025 16:19
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