
O deputado federal Guilherme Boulos (PSol-SP), cotado como possível ministro, acompanha o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao velório do ex-presidente do Uruguai, José "Pepe" Mujica, nesta quinta-feira (15/5).
Boulos é considerado como o principal nome para substituir o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo, no cargo. O atual titular também compõe a comitiva ao Uruguai, segundo divulgado pela Secretaria de Comunicação Social (Secom).
Guilherme Boulos é sondado como um possível substituto para Macêdo. O desempenho do atual ministro é criticado por setores do governo e aliados de Lula, e a troca na pasta faria parte de uma série de ajustes que o presidente realiza desde o início do ano para melhorar o desempenho da gestão e preparar para as eleições de 2026.
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Com boa presença nas redes sociais, área onde o governo patina, Boulos foi um dos principais cabos eleitorais de Lula em São Paulo durante as eleições de 2022. O parlamentar já sinalizou a aliados estar disposto a participar do governo, e mesmo a desistir de concorrer em 2026, já que o presidente não quer um ministro que precise deixar a pasta após menos de um ano.
Parlamentar desagrada parte do governo
A possibilidade de Boulos virar ministro, porém, incomoda uma ala do governo federal, ligada ao PT. Segundo interlocutores ouvidos sob reserva pelo Correio, há um temor de que a troca dê ainda mais munição para a oposição atacar o governo, já que Boulos é uma figura controversa por seu histórico como líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e participação em ocupações e imóveis.
Além disso, eles apontam que Boulos e o próprio MTST têm pouca interlocução com outros movimentos sociais, o que pode gerar atritos, já que a Secretaria-Geral é responsável pela articulação do governo com todas as entidades sociais. A expectativa é que Lula bata o martelo sobre a troca nos próximos dias.
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Legendas do Centrão também estão incomodadas com a possibilidade. A avaliação é que, ao colocar Gleisi Hoffmann na Secretaria de Relações Institucionais (SRI) e, possivelmente, Boulos na Secretaria-Geral da Presidência, Lula indica que vai apostar em uma mobilização para a esquerda daqui até as eleições de 2026.
De acordo com a Secom, também acompanharam o presidente o senador Humberto Costa (PT-PE), a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ), e o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante.