
A deputada federal Erika Hilton (PSol-SP) reagiu sobre a saída de Carla Zambelli (PL-SP) do Brasil. Em postagem publicada nesta terça-feira (3/6) na rede social X (antigo Twitter), Érika afirmou que “o que Carla Zambelli fez foi fugir da Justiça brasileira”. A parlamentar lembrou que Zambelli foi condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos de prisão pelos crimes de falsidade ideológica e invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), com adulteração de documentos.
Carla Zambelli não "deixou o Brasil" como dizem as manchetes. É bem pior.
Se trata de uma pessoa condenada a 10 anos de prisão por falsidade ideológica e por invadir o sistema e adulterar documentos do CNJ.
O que Carla Zambelli fez foi fugir da justiça brasileira.— ERIKA HILTON (@ErikakHilton) June 3, 2025
A crítica ocorreu após Zambelli afirmar, em entrevista a uma rádio paulista, que havia deixado o país rumo à Europa, sob o argumento de que pretende denunciar internacionalmente o que chamou de “falta de liberdades” e “censura” no Brasil. Sem revelar o país em que está, a deputada bolsonarista disse que solicitará uma licença não remunerada da Câmara dos Deputados para continuar sua atuação política fora do país. “É resistir. É continuar falando o que eu quero falar. Voltar a ser a Carla antes das amarras que essa ditadura nos impôs”, afirmou.
Zambelli foi condenada no início de maio, por unanimidade, pela Primeira Turma do STF. A Corte considerou que ela planejou e coordenou uma invasão ao sistema do CNJ com auxílio do hacker Walter Delgatti, condenado a oito anos de prisão. De acordo com a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), o objetivo era manipular dados judiciais e inserir alvarás de soltura e um mandado de prisão falso contra o ministro Alexandre de Moraes.
Embora a sentença inclua pena de prisão em regime fechado, perda do mandato e pagamento de indenização, até o momento não havia mandado de prisão expedido, e Zambelli estava com o aporte regularizado. A defesa da deputada alega que a condenação se baseia exclusivamente no depoimento de Delgatti, considerado contraditório e sem respaldo técnico. Os advogados sustentam que não há provas diretas de que a parlamentar tenha redigido ou enviado os documentos fraudulentos. Com a viagem, Carla Zambelli se junta ao deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), também licenciado, que está vivendo nos Estados Unidos desde fevereiro.